Igualdade de Género no Sector Privado em Moçambique 

A Deloitte, em parceria com o Programa Women IN Business (WIN) - implementado pela TechnoServe -, realizou pesquisa para compreender se as empresas do sector privado em Moçambique incorporam políticas e práticas de igualdade de género nas suas operações, tanto internas, quanto naquelas orientadas ao cliente, para as empresas que tem como modelo de negócio o consumidor final (B2C).

Verificou-se que a força de trabalho das empresas inquiridas é formada maioritariamente por homens (65%), mas nota-se que o sector de Serviços Financeiros é o único onde se verifica equilíbrio de género na força de trabalho, com exatos 50% de mulheres e de homens (de forma agregada: staff, cargos de gestão e Conselho de Administração).

Apesar de o equilíbrio de género ainda ser um desafio, segundo a pesquisa, a proporção de mulheres em cargos de liderança em Moçambique (35-37%) está acima da média mundial (20-28% segundo o relatório Gender Equality Global Report & Ranking 2023 da Equileap).

Constatou-se também que:

• As empresas de grande dimensão responderam ter a menor representatividade feminina na força de trabalho geral e em cargos de gestão, comparando com as empresas de outras dimensões.
• As práticas e políticas mais comuns implementadas pelas empresas estão relacionadas com a ética e protecção do colaborador.
  
• Os dados mostram que o sector de Tecnologia, Media e Telecomunicações é o que menos dispõe de políticas e benefícios baseados no género, apesar de ser o sector que mais contratou mulheres no último ano.
  
• A maioria dos participantes da pesquisa afirma que as clientes mulheres são tão importantes quanto os homens, porém não sabem qual a representatividade feminina entre os clientes e não avalia se existem diferenças no volume de vendas entre os géneros.
  
• Dos sectores que responderam realizar pesquisa e ter produtos pensados para mulheres, se destaca o de Serviços Financeiros e, na sequência, Tecnologia, Media e Telecomunicações.
  
• O sector de Serviços Financeiros também se destaca por ser o que mais aloca orçamento para iniciativas que visam crescimento no número de clientes mulheres.