Artigo

Editorial

13ª Edição do estudo Banca em Análise

 

É com enorme satisfação que apresentamos a 13ª edição do Banca em Análise, um estudo que se tem assumido como uma das principais iniciativas da Deloitte Angola, sendo uma referência de credibilidade no país.

Tal como nas edições anteriores, os responsáveis das principais instituições financeiras que operam em Angola e das entidades de relevância para o sector fizeram um balanço do ano de 2017 e do primeiro semestre de 2018 e partilharam as suas expectativas e desafios para o futuro do sector e das instituições que representam.

Desde a publicação da sua 1ª edição, constatamos que o sector bancário nacional tem observado um progressivo nível de desenvolvimento e grau de sofisticação, fruto da inovação e qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores, que são cada vez mais exigentes num sector de elevada concorrência. De assinalar que o aumento dos níveis de literacia financeira da população angolana tem potenciado a qualidade dos serviços disponibilizados pelos bancos.

O sistema financeiro tem, assim, assumido um papel fulcral na economia do país, funcionando como força motora para o desenvolvimento sustentado e transversal à sociedade e economia.

Os últimos anos têm sido marcados por enormes desafios económicos, a nível global, entre os quais se destaca a volatilidade do preço do petróleo.

Neste contexto, também em Angola, assistimos à subida da taxa de juro de referência (por parte do Banco Nacional de Angola), restringindo a liquidez do sistema financeiro, o que permitiu uma melhoria das perspectivas de estabilização para a economia relativamente à taxa de inflação e ao nível das Reservas Internacionais Líquidas. Estas sofreram uma diminuição em 2017, quando a economia apresentou ligeiros sinais de recuperação. No 1º semestre de 2018, já verificámos uma estabilização do nível das Reservas Internacionais Líquidas.

Ainda assim, o que observámos no passado recente é uma fragilidade dos principais indicadores macroeconómicos, embora a retoma do preço do petróleo nos mercados internacionais, particularmente na segunda metade de 2017 e no início de 2018, tenha permitido uma maior estabilização da economia e um aumento do ritmo de crescimento em 2018, de acordo com as perspectivas do FMI.

A estrutura da economia é, hoje, mais diversificada do que há cinco anos atrás, com uma diminuição significativa do peso do sector petrolífero.

No âmbito da actividade bancária, assistimos em 2017 a uma trajectória mista no comportamento dos principais indicadores do sector face a 2016. Observou-se um aumento global do total dos activos (cerca de 3%) e dos capitais próprios dos bancos (cerca de 16%) e verificou-se uma redução global do crédito líquido concedido a clientes (cerca de 3%), do produto bancário (cerca de 3%) e dos resultados líquidos dos bancos (cerca de 6%).

O ano de 2017 fica ainda marcado pela conclusão do processo de adopção das Normas Internacionais de Contabilidade e Relato Financeiro pelo sector bancário, processo conduzido pelo Banco Nacional de Angola, uma medida muito relevante para o alinhamento dos bancos com as melhores práticas internacionais ao nível do referencial contabilístico.

Para concluir, destacamos um factor positivo para o crescimento económico de Angola: a assinatura do acordo de livre comércio por 44 nações da União Africana, tendo em vista a criação da Zona de Livre Comércio Continental, que, atualmente, está pendente de ratificação. Com esta assinatura, prevê-se a criação da maior zona de comércio livre em termos de número de países abrangidos, podendo levar a um aumento das trocas comerciais entre países africanos de cerca de 50% até 2022.

Votos de uma excelente leitura da 13ª edição do Banca em Análise.

Duarte Galhardas
Country Managing Partner
Deloitte Angola

 

 

 

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