Comunicados de Imprensa

Angola, África do Sul e Moçambique concentram quase 50% dos projectos de construção em África

  • Valor dos projectos de construção em África cresceu 46,2%, em 2014, aproximando-se dos 326 mil milhões de dólares; na África Subsariana, o crescimento foi de 75%, valendo 145 mil milhões de dólares.
  • Sectores dos transportes e da energia reúnem o maior número de projectos; uma tendência também verificada na África Subsariana.
  • 10% dos projectos de construção em África resultam de Parcerias Público-Privadas (PPP), com a África Subsariana a apresentar um maior equilíbrio entre projectos públicos e projectos privados.
  • Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFD) são os maiores financiadores dos projectos, embora surjam novos investidores.

A África Subsariana continuou a liderar a actividade no sector da construção no continente africano em 2014, tanto em número como em valor de projectos. Segundo o estudo “Tendências da Construção em África 2014” da Deloitte, a região concentrou 119 dos 257 mega-projectos de construção registados em África nesse ano, que, em valor, representam um investimento de 145 mil milhões de dólares. Transportes e energia são os sectores que apresentam mais projectos e que mais contribuem para o sector em termos de valor.

O estudo realizado anualmente pela Deloitte indica que o valor dos projectos de construção em África cresceu 46,2% em 2014, aproximando-se dos 326 mil milhões de dólares. Um crescimento verificado em todas as regiões, excepto na África Oriental. Contudo, o número total de projectos caiu dos 322 para os 257, uma tendência transversal a quase todas as regiões. Apenas a África Ocidental mantém os 66 projectos de 2013.

A percentagem de projectos no continente africano de valor superior a mil milhões de dólares cresceu 11% (de 16% para os 27%) em 2014, com o valor médio por projecto a fixar--se nos 1,27 mil milhões de dólares, uma impressionante subida de 84% face a 2013. Em sentido contrário estão os pequenos projectos (entre 50 a 100 milhões de dólares), que caiem 17% (dos 39% para os 22%), em igual período.

Relativamente à África Subsariana, o número de mega-projectos em 2014 cai de 124 para 119, com a África do Sul a concentrar cerca de metade dos projectos, seguida de Moçambique (15%) e Angola (13%), que, no conjunto, valem 145 mil milhões de dólares, mais 75% que no ano anterior, revela o estudo.

África continua a ser um pólo de atraccão do Investimento Directo Estrangeiro e do capital africano. Considerando a taxa de conclusão dos projectos identificados no relatório do ano anterior - de 76% - as expectativas de que a área das infraestruturas irá garantir a tão esperada expansão do mercado neste continente são elevadas”, afirma Miguel Eiras Antunes, Sócio da Deloitte.

Sectores dos transportes e da energia dominam

De acordo com o estudo da Deloitte, o sector da energia é o que reúne o maior número de projectos de construção no continente africano (37%), seguido pelo sector dos transportes (34%) e mais distante pelo sector mineiro (9%). A quota de projectos no sector dos transportes cresceu 9% face a 2013, impulsionada pelos investimentos significativos em ferrovias e portos, numa altura em que o desenvolvimento integrado ganha força, como forma de garantir o crescimento regional sustentável. Este sector lidera em termos de investimento, concentrando 40% do valor total.

Apesar do sector do petróleo e gás representar apenas 5% do investimento total, espera-se um crescimento nos próximos três a cinco anos, dados os vários projectos que se encontram em fase de preparação e que, por isso, não foram considerados neste estudo. Também o sector das águas e resíduos apresenta um valor de investimento demasiado baixo (5%), tendo especialmente em conta o papel crítico que terá a curto-médio, e também longo-prazo, no futuro do continente e do mundo, em geral.

Na África Subsariana, o sector da energia é também aquele que apresenta o maior número de projectos (46%), um aumento de 13% face a 2013. Um resultado influenciado sobretudo pelos investimentos realizados na área das energias renováveis na África do Sul. Um movimento similar teve o sector dos transportes, cresceu 6%, representando agora 24% do número total de projectos.

O sector mineiro registou uma queda de 9% face a 2013, passando a pesar apenas 10% do conjunto de projectos, tal como o sector de real estate, que desce dos 17% para os 7%, com a África do Sul a substituir Angola como o país com o maior número de projectos de construção neste sector. Segue-se, com 5%, o sector das águas e resíduos (9% no ano anterior), e, com 2%, o sector petrolífero e o das telecomunicações, este último reflectindo a construção do cabo submarino de fibra óptica da Seacom, na África do Sul, e o lançamento do satélite doméstico, em Angola.

Parcerias Público-Privadas ganham expressão

Cerca de 10% dos projectos de construção no continente africano, em 2014, resultam de Parcerias Público-Privadas (PPP), um aumento de 4%, comparando com 2013. “Este é um facto encorajador, já que acreditamos que uma participação significativa do sector privado, juntamente com os governos, será necessária para acelerar o aumento de infra-estruturas no continente”, refere Miguel Eiras Antunes da Deloitte.

Apesar do decréscimo no número de projectos promovidos pelo sector público (de 181, em 2013, para 143, em 2014), verificou-se um ligeiro aumento dos projectos detidos pelo sector nacional privado e também por novos players como a Austrália, os Emirados Árabes Unidos e a Índia. “Uma tendência positiva que reflecte o crescente interesse dos investidores estrangeiros e gestores de fundos em África”, destaca o responsável.

Em termos de financiamento dos projectos de construção em África, as Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFD) continuam a liderar, embora surjam novos investidores, como Israel (empresas privadas), EAU (organizações/fundos públicos) e Austrália (empresas privadas). O nível de financiamento governamental cresceu de forma significativa (15%), contudo as instituições estrangeiras mostraram menos apetite para investir (decréscimo de 9%, face a 2013) nesta categoria.

O mercado da África Subsariana apresenta uma grande maturidade, dado o equilíbrio verificado entre os projectos públicos e privados, quando comparado com as restantes regiões do continente, onde os projectos governamentais continuam a dominar de forma absoluta. Nesta região, os projectos detidos pelo governo diminuíram 15% face a 2013, aumentando em quase igual proporção (14%) os projectos das entidades locais, que passam a representar quase um terço do total (29%). Às entidades europeias e intra-africanas pertencem 9% e 7%, respectivamente (menos 6% do que em 2013, em ambos os casos).

De acordo com os dados do estudo, o governo financiou 29% dos projectos da África Subsariana, um aumento de 22% face a 2013, enquanto as entidades locais 24%, as IFD internacionais 14% e as IFD africanas 8%.

A emergência das empresas locais de construção

As empresas locais de construção foram responsáveis pela execução de 22% dos projectos do continente, um crescimento de 6%, comparando com 2013. Ainda assim, as empresas europeias e dos EUA continuam a liderar em 2014, com uma quota de 40% - menos um ponto percentual do que em 2013, que reflecte a quebra de projectos atribuídos às empresas norte-americanas.

Este crescimento das empresas locais é particularmente importante e revela a maturidade e capacidade do sector de construção local”, conclui Miguel Eiras Antunes da Deloitte.

Na região da África Subsariana, as empresas locais seguem na frente na construção de infra-estruturas, com 28%, uma subida de 17%, ultrapassando as empresas europeias e dos EUA, que lideravam a tabela em 2013, com 28%, e que no ano anterior estiveram responsáveis por apenas 18% dos projectos. À China coube apenas 5% dos projectos de grande dimensão da região, menos 3% face ao ano anterior.

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