Comunicados de Imprensa

FC Barcelona ultrapassa Real Madrid e torna-se o maior clube de futebol do mundo em receitas geradas

  • Receitas combinadas dos 20 maiores clubes da Money League na época 2018/2019, atingem um valor recorde de 9,3 mil milhões de euros;
  • FC Barcelona chega pela primeira vez ao topo da Money League e torna-se no primeiro clube a ultrapassar a barreira dos 800M€ (840,8M€);
  • Real Madrid cai para a segunda posição, com receitas na ordem dos 757,3M€. A diferença entre o primeiro e segundo classificado é a maior desde o início deste estudo (82M€);
  • Manchester United (711,5M€) ocupa o terceiro lugar mas está em risco de, na próxima edição da Money League, deixar de ser o clube da Premier League com maiores receitas;
  • Bayern Munich (660,1M€) continua na 4ª posição e o Paris Saint Germain (635,9M€) entra no top-5, em detrimento do Manchester City (610,6M€);
  • Tottenham Hotspur (521,1M€) é oitavo classificado, atinge a sua posição mais alta de sempre e ultrapassa o Chelsea (513,1M€) e o Arsenal (445,6M€), tornando-se, pela primeira vez desde a época de 1996/1997, no clube de Londres com maiores receitas.
     

LISBOA, 14 de janeiro de 2020 — Os 20 clubes de futebol com maiores ganhos do mundo geraram um valor recorde de 9,3 mil milhões de euros em 2018/2019, de acordo com a 23ª edição do estudo Football Money League do Sports Business Group da Deloitte.

O top-5 de clubes com maiores receitas nesta edição são FC Barcelona (840,8M€ de receita total), Real Madrid (757,3M€), Manchester United (711,5M€), Bayern Munich (660,1M€) e Paris Saint Germain (635,9M€) que, em conjunto, geraram mais receitas que o total dos 11 clubes classificados entre a 10ª e a 20ª posição.

As receitas de transmissões televisivas continuam a ser a maior fonte de receita individual, representando 44% da receita total. A capacidade de atrair interesse comercial é um fator distintivo entre os clubes que estão no topo (i.e. os que tradicionalmente competem na Liga dos Campeões Europeus) e no fundo da Money League. É de destacar também que, se por um lado, um longo período fora das competições europeias, em particular da Liga dos Campeões, pode gerar um impacto significativo em termos de receita, por outro os clubes no topo da Money League estão menos dependentes das receitas televisivas, em comparação com os mais pequenos.

“O crescimento da indústria do futebol continua a ultrapassar os outros setores e os clubes no top-20 da Money League geraram no total, pela primeira vez, mais de 9 mil milhões de euros de receitas em apenas um ano” explica Dan Jones, sócio da Deloitte na área de Sports Business.

“O que é notável nesta edição é a aparente emergência do aparecimento de ‘mini-ligas’ dentro da própria Money League, com os clubes com mais receitas a distanciarem-se cada vez mais dos restantes”.

FC Barcelona aposta no merchandising para chegar ao topo da Money League

Com o FC Barcelona a atingir o topo da Money League pela primeira vez, tornando-se o primeiro clube a ultrapassar a barreira dos 800M€, o ranking assiste a um duelo espanhol pelo segundo ano consecutivo. Contudo, as posições inverteram-se e o Real Madrid caiu para o segundo lugar sendo a diferença entre o primeiro e segundo classificado a maior desde o início do estudo (82M€).

O aumento das receitas do FC Barcelona deve-se, em larga escala, a uma mudança de abordagem no que diz respeito às suas operações, nomeadamente com a decisão de incorporar no clube as rubricas de merchandising e de licenciamento de atividades. O clube espanhol assume assim um maior controlo destas duas operações e deixa de depender de terceiros. Esta alteração permitiu ao FC Barcelona ter o controlo da promoção e venda dos seus produtos e reportar as respetivas receitas numa ótica de rendimento bruto, em vez de líquido.

“O FC Barcelona é um bom exemplo de como um clube se pode adaptar às mudanças de mercado, ao reduzir a dependência das receitas televisivas e focar-se no aumento do tipo de receitas que conseguem controlar. A operação comercial do clube gerou 383,6M€, mais do que as receitas totais do 12º classificado da edição deste ano da Money League”, destaca Dan Jones.

“Com a previsão de um maior crescimento nas receitas comerciais, espera-se que o FC Barcelona mantenha a primeira posição do ranking na próxima edição, podendo, inclusivamente, atingir nos próximos anos a marca dos mil milhões de euros de receitas”.

Tottenham Hotspur cresce, Arsenal e Chelsea caem

A Premier League continua a contribuir com o maior número de clubes para o top-20 da Money League, com a presença de oito clubes.

O Manchester United continua na 3ª posição, com receitas na ordem dos 711,5M€ mas a previsão de receitas para a época 2019/2020 aponta para uma quebra de receitas entre os 54M€ e os 76M€, depois de não se ter qualificado para a Liga dos Campeões Europeus. Este resultado poderá levar a uma queda dos “Diabos Vermelhos” para a sua pior classificação de sempre na edição do próximo ano da Money League. Além disso, poderá perder a liderança entre os clubes da Premier League pela primeira vez na história deste estudo. Os seus principais rivais, o Manchester City e o Liverpool, geraram, em 2018/2019, receitas de 610,6M€ e 604,7M€, respetivamente. Os objetivos de longo-prazo do Liverpool em tornar-se um club do top-5 da Money League não são irrealistas, principalmente se conseguir aproveitar o seu recente sucesso na Premier League e a conquista da Liga dos Campeões no ano passado.

Tottenham Hotspur está em 8º lugar no ranking, a sua melhor posição de sempre, conseguindo ultrapassar o Arsenal e o Chelsea e, assim, tornar-se no clube londrino com mais receitas na Money League, pela primeira vez desde 1996/97. As receitas dos Spurs aumentaram para 521,1M€ devido ao crescimento das receitas televisivas e comerciais, depois de uma época em que atingiram a final da Liga dos Campeões Europeus e inauguraram o seu novo estádio.

O Arsenal caiu da 9ª para a 11ª posição, fruto da sua ausência da Liga dos Campeões pela segunda época consecutiva. Desta forma, o número de equipas da Premier League no top-10 da Money League desceu para cinco, menos um que na edição anterior.

Sam Boor, senior manager da Deloitte na área de Sports Business, refere que “a participação nas competições europeias tem um impacto bastante significativo nas receitas dos clubes de Londres e do Noroeste inglês, com o crescimento do Liverpool, Manchester City e Spurs a ser explicado pelo seu bom desempenho na Liga dos Campeões. A queda do Arsenal é uma consequência direta da sua não-participação nesta competição pela segunda época consecutiva, um destino que poderá ser seguido pelo Manchester United”.

Benfica sobe seis posições e FC Porto entra no top-30

Além da Premier League, marcam presença no top-20 da Money League vários clubes dos outros quatro principais campeonatos europeus- a Ligue 1 de França, La Liga de Espanha, Bundesliga da Alemanha e Serie A de Itália. O Paris Saint Germain registou, na época 2018/2019, um impressionante crescimento percentual de dois dígitos em todas as suas rubricas de receitas, atingindo o 5º lugar do ranking, a sua melhor posição desde 2014/2015. O clube francês gerou 363,4M€ em receitas comerciais, o segundo maior valor na história da Money League, justificado pela contratação de cinco novos parceiros e pela extensão de contrato com seis marcas globais.

A Juventus recuperou o 10º lugar da tabela, com um aumento de receitas de mais de 60M€, registando um total de 459,7M€. A chegada de Cristiano Ronaldo, que sozinho tem mais seguidores no Instagram que o Real Madrid e o FC Barcelona juntos, levou a um crescimento das receitas comerciais do clube italiano justificado pelo aumento da visibilidade da marca e das vendas de merchandising em 2018/2019.

“A composição do top-20 mantém-se relativamente estável com apenas duas novas entradas- Olympique Lyonnais ocupa o 17º lugar e o SSC Napoli chega à 20ª posição- tendo ambos os clubes atingido fases adiantadas da Liga dos Campeões e beneficiado do novo e mais lucrativo modelo de distribuição de receitas da UEFA que entrou em vigor na época de 2018/2019” acrescenta Sam Boor.

Os únicos participantes do top-30 fora das cinco principais ligas europeias são o Ajax na 23ª posição (199,4M€), o Benfica no 24º lugar (197,7M€), o FC Zenit Saint Petersburg em 28º (180,3M€) e o FC Porto na 29ª posição (176,2M€). Estes valores refletem a importância que a participação em competições da UEFA tem nas receitas destes mercados.

Controlo de receitas ganha importância

Nos últimos cinco anos, o total de receitas televisivas dos clubes do top-20 cresceu a um ritmo de 11% por ano, o mais elevado de todas as rubricas de receita. Os clubes não têm, no entanto, um total controlo sobre este tipo de receitas pelo que, para diferenciar o seu crescimento no futuro, terão de focar-se em maximizar as rubricas de receita sobre as quais têm uma maior influência. O desafio será fazê-lo numa altura em que o panorama do futebol é mais imprevisível que nunca.

“Os oitavos de final da Liga dos Campeões em 2019/2020, tal como o top-20 da Money League, apenas tem equipas dos cinco maiores campeonatos europeus. Os principais stakeholders estarão atentos a este facto e à importância de manter a imprevisibilidade dos resultados no futebol como forma de garantir um valor sustentável e a longo-prazo”, conclui Sam Boor.

Aceda aqui ao estudo completo.


 
Posição (posição no ano passado)  

Clube


 
Receita em 2018/19 ($m) (Receita em 2017/18)


 
Receita em 2018/19 (€m) (Receita em 2017/18)
                                  


 
Receita em 2018/19 (£m) (Receita em 2017/18)

 

1 (2)

FC Barcelona

959.3 (823.9)

840.8 (690.4)

741.1 (611.6)

2 (1)

Real Madrid



864 (896.1)



864 (896.1)



667.5 (665.2)

3 (3)

Manchester United



811.7 (794.6)



711.5 (665.8)



627.1 (589.8)

4 (4)

Bayern Munich



753.1 (750.8)



660.1 (629.2)



581.8 (557.4)

5 (6)



Paris Saint-Germain



725.5 (646.4)



635.9 (541.7)



560.5 (479.9)



6 (5)



Manchester City



696.6 (678.3)




610.6 (568.4)



538.2 (503.5)



7 (7)



Liverpool



689.9 (613.1)



604.7 (513.7)



533 (455.1)



8 (10)



Tottenham Hotspur



594.5 (511.1)



521.1 (428.3)



459.3 (379.4)



9 (8)



Chelsea



585.3 (603.5)



513.1 (505.7)



452.2 (448)



10 (11)



Juventus



524.5 (470.8)



459.7 (394.5)



405.2 (349.5)



11 (9)



Arsenal



508.3 (524.2)



445.6 (439.2)



392.7 (389.1)



12 (12)



Borussia Dortmund



430.3 (378.5)



377.1 (317.2)



332.4 (281)



13 (13)



Atlético de Madrid



419.4 (363.2)



367.6 (304.4)



324 (269.6)



14 (14)



Inter Milan



416 (335.1)



364.6 (280.8)



321.3 (248.7)



15 (16)



Schalke 04



370.6 (290.9)



324.8 (243.8)



286.3 (216)



16 (15)



AS Roma



263.6 (298.3)



231 (250)



203.6 (221.5)



17 (n/a)



Olympique Lyonnais



251.9 (195.9)



220.8 (164.2)



194.6 (145.5)



18 (20)



West Ham



246.8 (236.2)



216.4 (197.9)



190.7 (175.3)



19 (17)



Everton



242.9 (254.1)



213 (212.9)



187.7 (188.6)



20 (n/a)




Napoli



236.6 (218.1)



207.4 (182.8)




182.8 (161.9)


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