Portugal está em 24º lugar no Índice de Progresso Social

• Situação mundial melhora em 51 indicadores, mas piora nos Direitos Humanos e Inclusão, indicadores onde Portugal mais se destaca este ano 
• Gâmbia e Nepal estão entre os que registaram uma evolução mais positiva
• EUA, Turquia e Iémen estão entre os que registaram um maior declínio
• Portugal está em 24º lugar a nível global e em 2º no grupo de países com um PIB semelhante
   

LISBOA, 24 de setembro de 2018 — O Social Progress Index 2018 revela um declínio acentuado dos direitos humanos e da capacidade de inclusão, a nível global. De acordo com a edição deste ano, os Direitos Pessoais diminuíram em 75 dos 146 países e a Inclusão em 56 dos 146 países.

De uma forma geral, a evolução da progressão social mundial foi positiva: 133 dos 146 países registaram melhorias; Gâmbia e Nepal estão entre os que registaram uma evolução mais positiva; pelo contrário, EUA, Turquia e Iémen estão entre os que registaram um maior declínio.

O Social Progress Index 2018, desenvolvido pela Social Progress Imperative, uma organização norte-americana sem fins lucrativos, classifica a performance social de 146 países nos últimos 4 anos (2014-2018), analisando 51 indicadores, entre os quais Nutrição, Habitação, Segurança, Educação, Saúde, bem como Direitos Humanos e Inclusão.

“Existe um paradoxo na mudança da qualidade de vida da população mundial. Por um lado, assistimos a um progresso real na luta contra a fome, no combate às doenças e no acesso às infraestruturas básicas. Ao mesmo tempo, há um conjunto de direitos que estão a ser ignorados e o nível de tolerância está a diminuir num conjunto alargado de países” afirma Michael Green, CEO da Social Progress Imperative. “É óbvio que, embora os países mais poderosos estejam no topo do ranking, o PIB está longe de ser um indicador do progresso social. No panorama geral, tanto nos países mais ricos como nos mais pobres, vemos que alguns têm maior facilidade em transformar o seu crescimento económico em progresso social” acrescenta.

Este ano, Portugal está em 24º lugar a nível global e em 2º lugar no grupo onde está inserido, que é composto por 15 países com um PIB semelhante. O país destaca-se pelo seu elevado desempenho nos indicadores Direitos Pessoais (3º lugar) e Inclusão (12º lugar), ao contrário da tendência mundial.

“Em termos gerais, Portugal revela uma tendência positiva de crescimento, nos últimos quatro anos, com um desempenho marginal acima da média global” afirma António Lagartixo, Partner da Deloitte, parceira global deste Índice. “Temos trabalhado com a Social Progress Imperative para avaliar diversos indicadores sociais que contribuem para o bem-estar das pessoas, pois acreditamos que as empresas devem ter um papel ativo na resposta aos desafios complexos que a sociedade enfrenta. Este Índice ajuda os líderes empresariais, bem como os governos e as organizações da sociedade civil, a identificar estratégias para um crescimento responsável e inclusivo, dando prioridade às necessidades mais prementes das suas comunidades.”

Principais conclusões do SPI 2018:

• De uma forma geral, a evolução da progressão social mundial melhorou. O resultado mundial subiu de 61.80 em 2014 para 63.46 em 2018 (um aumento de 1.66 pontos). Os maiores progressos foram nas categorias Abrigo, Acesso à informação e comunicação e Acesso à educação superior, que melhoraram em três ou mais pontos nos últimos quatro anos.
• Globalmente, os Direitos Pessoais, que incluem os direitos políticos e a liberdade de expressão, retrocederam. A média global desceu de 65.22 em 2014 para 61.34 em 2018.

• Relativamente à Inclusão, um indicador que inclui a aceitação de homossexuais e de minorias, regista-se um declínio. A média global baixou de 41.25 em 2014 para 40.17 em 2018.

• Os países mais poderosos do mundo foram os que evoluíram de forma menos significativa nos últimos quatro anos. Apesar de deterem a maioria da riqueza, entre os 30 países que estão no topo do ranking apenas dois - Luxemburgo e Coreia do Sul - revelam melhorias significativas desde 2014. Contrariamente, foram os países menos poderosos que registaram uma maior evolução, entre os quais o Nepal, Etiópia, Gana e Paquistão.

• A Noruega lidera o ranking do Social Progress Index 2018 (90.26), com um forte desempenho em todos os indicadores. Desde 2014, este país subiu 1.50 pontos, uma melhoria superior à de todos os seus países vizinhos. A República Centro-africana ocupa a última posição do ranking (26.01), embora tenha melhorado 2 pontos desde 2014.

• O Japão (89.74) é o país dos G7 com o melhor desempenho, ocupando o 6º lugar, seguido pela Alemanha (89.21; 9º lugar), Reino Unido e Canadá – todos inseridos no grupo de países Tier 1. Embora os países mais ricos tendencialmente apresentem um desempenho superior, os resultados não têm uma relação direta com o PIB per capita.

• Os EUA estão no grupo de países com uma evolução mais negativa, descendo de 85.70 em 2014 para 84.78 em 2018. Este declínio está relacionado com o retrocesso em áreas como a Saúde, Educação, Segurança Pessoal, Direitos Pessoais e Capacidade de Inclusão.

Aceda aqui aos resultados do Social Progress Index 2018.
 

Sobre o Social Progress Index
O Social Progress Index foi desenvolvido no sentido de proporcionar um entendimento mais holístico do desempenho dos países, para além do PIB e de outros indicadores económicos. É o modelo mais completo do mundo, desenvolvido para medir o progresso social, e o primeiro a avaliar este progresso independentemente do PIB. Proporciona uma visão detalhada sobre se os cidadãos têm acesso a um vasto conjunto de indicadores de progresso, incluindo serviços básicos, direitos e liberdades (face à discriminação), oportunidades, saúde, educação, habitação e segurança.

Sobre a Social Progress Imperative
A Social Progress Imperative tem como missão melhorar as vidas das pessoas em todo o mundo, particularmente as mais desfavorecidas, ao promover o progresso social global: proporcionando uma ferramenta de avaliação robusta, holística e inovadora – o Social Progress Index (SPI); promovendo a investigação e a partilha de conhecimento sobre o progresso social; e, munindo os líderes e decisores empresariais, os governos e a sociedade civil de novas ferramentas para guiar as políticas e os programas que desenvolvem.