Comunicados de Imprensa

CFOs em Portugal anteveem melhoria de performance das suas empresas, mas mostram-se mais pessimistas em relação à economia do país

2016 Q1 European CFO Survey 

  • Incerteza aumenta e a predisposição para arriscar diminui perante a instabilidade política a nível europeu
  • Otimismo dos CFOs da Europa perante as perspetivas das empresas mantém-se inalterado, o controlo de custos domina os planos futuros
  • Perspetivas de emprego na zona Euro estão a melhorar
  • Cerca de 63% dos CFOs estimam um aumento das receitas das suas empresas, ao longo dos próximos 12 meses

 

A incerteza política, a instabilidade do sistema financeiro e a performance dos mercados externos estão no topo das preocupações dos Chief Financial Officers (CFOs) das maiores empresas portuguesas que, apesar de revelarem pessimismo no 1º trimestre deste ano sobre a performance económica do país (60%), antecipam um aumento de receitas nas suas organizações (57%). A nível europeu, os níveis de incerteza aumentaram, com o controlo de custos a manter-se como a principal preocupação das empresas e a predisposição para o risco a diminuir. Apesar de todas as incertezas, os CFOs, sobretudo da Zona Euro, mantêm-se otimistas em termos de novas contratações, revela o estudo European CFO Survey da Deloitte, que recolheu a opinião de 1.490 CFOs, em 17 países europeus.

Segundo Nelson Fontainhas, Partner da Deloitte e responsável nacional pelo CFO Survey, "os CFOs europeus estão moderadamente otimistas, mas mostram-se especialmente atentos a uma série de possíveis adversidades. O quadro de incerteza externa tem conduzido à diminuição da predisposição para assumir investimentos e maiores riscos, ao mesmo tempo que continuam as pressões sobre margens e receitas operacionais. Neste cenário, as empresas continuam a dar prioridade ao controlo de custos. Ainda assim, esta tendência não tem penalizado o índice de empregabilidade.”

 

Perspetivas financeiras estáveis

Segundo o estudo, 25% dos CFOs das empresas europeias confirmaram estar mais otimistas acerca das perspetivas financeiras da sua empresa do que nos últimos três a seis meses, uma opinião que se mantém inalterada desde o terceiro trimestre de 2015. Os CFOs na Suécia mostram ser os mais otimistas, com 62% a partilhar uma visão positiva.

Espanha (47%) e Irlanda (45%) surgem no segundo e terceiro lugares desta tabela com os níveis de otimismo mais elevados. Ainda assim, ambos os valores registaram quedas face aos resultados anteriores, provavelmente influenciados pela maior instabilidade eleitoral. Portugal, que enfrentou também um cenário de impasse político interno, registou a maior queda de todos os países, passando de 47% no terceiro trimestre, para 30%.

Contudo, os CFOs permanecem otimistas relativamente às receitas das suas empresas. Aproximadamente 63% estimam um aumento das receitas ao longo dos próximos 12 meses, 60% quando analisados as respostas dos CFOs a nível nacional.

 

Níveis de incerteza continuam a aumentar

Cerca de 68% dos CFOs europeus inquiridos reconhecem que as suas empresas enfrentam um elevado índice de incerteza financeira e económica, percentagem que se fixou nos 66% no terceiro trimestre. As perspetivas de incerteza são maiores na Alemanha (93%), Reino Unido (83%) e Rússia (72%), e menores na Noruega (24%), Suécia (37%) e Bélgica (49%).

Devido ao ambiente de eleições muito disputadas vivido em Espanha e na Irlanda, estes dois países registaram um forte aumento dos níveis de incerteza. Espanha passou de 52% para 66% e a Irlanda subiu dos 39% para os 52%. Os níveis de incerteza também aumentaram no Reino Unido (de 73% para 83%), no seguimento da aproximação da data do referendo à permanência na UE.

Os CFOs na Alemanha, Portugal, Turquia e no Reino Unido identificaram os fatores políticos nacionais e internacionais como estando no topo das suas preocupações, acrescendo em Portugal a preocupação com a estabilidade do sistema financeiro.

“A Europa entrou em 2016 com uma série de fatores de incerteza política e geopolítica que poderiam ameaçar o seu crescimento, a sua confiança e a sua unidade política. A incerteza sobre as políticas internas tem sido um elemento de preocupação para os CFOs em Espanha, na Irlanda e em Portugal, países que tiveram recentemente eleições muito disputadas que conduziram a situações, à data do questionário, de impasse, novas configurações governativas e/ou incertezas orçamentais. Em Portugal acrescem como fatores de preocupação para os CFOs a estabilidade do sistema financeiro e a performance dos mercados externos. No Reino Unido os níveis de incerteza têm aumentado essencialmente face à aproximação do referendo sobre a adesão à UE.”, explica Nelson Fontainhas.

 

Diminuição dos níveis de apetência para o risco

Apenas 29% dos CFOs europeus assumem que o momento atual é o ideal para colocar o risco nos seus balanços. Este valor era de 33% no terceiro trimestre. A predisposição para o risco é um pouco mais elevada na zona euro, onde 32% dos inquiridos estão dispostos a assumirem riscos, com Itália a destacar-se com 59% dos CFOs a admitirem que este é o melhor momento para arriscarem financeiramente. O valor mais baixo é verificado na Turquia (6%).

No seguimento do aumento dos níveis de incerteza e dos desenvolvimentos políticos mais recentes, o Reino Unido registou a maior queda em termos de predisposição para investimentos de risco (dos 47% para os 25%), seguido pela Irlanda (dos 48% para os 39%) e por Portugal (dos 31% para os 15%). Espanha revelou uma queda marginal, de 47% para 46%, mantendo-se porém como a segunda mais elevada.

 

Melhores perspetivas de emprego

Cerca de 39% dos CFOs da zona euro preveem um aumento do nível de empregabilidade, uma percentagem superior aos 35% registados no terceiro trimestre e acima da média global, que se situa nos 34%.

A Irlanda lidera esta lista com 68% dos CFOs inquiridos a preverem um aumento dos postos de trabalho (valor superior aos 55% verificados no terceiro trimestre), seguida pela Itália com 54%, (43% no terceiro trimestre) e pela Espanha que se mantém nos 46%. Portugal aproxima-se da média europeia, com 33% dos CFOs a estimar um aumento dos postos de trabalho nos próximos 12 meses.

O Reino Unido registou a maior descida em termos de expectativas de contratação, com apenas 18% dos CFOs a preverem contratar novos colaboradores. Este valor era de 47% no terceiro trimestre. 

“A resiliência dos planos de contratação, no contexto destas incertezas, mostra que os CFOs têm uma visão positiva relativamente à recuperação na Europa. Aliás, a zona Euro que criou cerca de 900.000 empregos no segundo semestre de 2015. O estudo demonstra também que os planos de contratação são mais fortes nos países que registaram os maiores aumentos das taxas de desemprego, após a crise financeira”, conclui Nelson Fontainhas da Deloitte.

 

Preferência para o controlo de custos em detrimento do investimento

Os CFOs europeus favorecem fortemente as estratégias de negócios mais defensivas, em detrimento daquelas que promovem uma expansão. Quando questionados sobre as estratégias de foco para os próximos 12 meses, 15 dos 16 países inquiridos, incluindo Portugal, elegeram o controlo de custos ou a redução de custos como uma das duas principais prioridades.

Perto de 36% dos CFOs (e 42% dos CFOs da zona euro) esperam um aumento das despesas de capital das suas empresas nos próximos 12 meses, uma percentagem menor face aos 41% registados no terceiro trimestre. Apesar da queda verificada nos últimos seis meses, os CFOs da Irlanda são os que se mostram mais dispostos a gastar dinheiro, (de 70% para 63%), seguidos pelos CFOs de Itália (de 58% para 62%) e da Polónia (de 48% para 57%). O Reino Unido foi novamente aquele que registou uma menor apetência para despesas de capital, com apenas 16% dos CFOs a admitirem um aumento dos gastos. Esta percentagem traduz uma forte queda, quando comparada com os 41% registados no terceiro trimestre de 2015, a maior de todos os países.

 

Empréstimo bancário é fonte de financiamento preferida

Aproximadamente 67% dos CFOs identificam o empréstimo bancário como a fonte de financiamento mais atrativa para as suas empresas, valor que fica acima dos 65% verificados no terceiro trimestre. 42% elegem a dívida corporativa como a preferida, (48% no terceiro trimestre), e 22% mencionam o capital próprio como uma boa fonte de financiamento (25% no terceiro trimestre).

 

CFOs apoiam o TTIP

O estudo perguntou aos CFOs se as suas empresas seriam afetadas pela formação de um acordo de Parceria de Investimento e de Comércio Transatlântico (Transatlantic Trade and Investment Partnership) entre a UE e os Estados Unidos. 73% dos inquiridos confirmaram que este acordo não teria qualquer impacto sobre as suas empresas, com apenas 23% a preverem vantagens.

 

Para mais informações sobre o CFO Survey, veja aqui.

Para mais informações contacte:

Departamento de Comunicação da Deloitte

Miguel Jerónimo 

mijeronimo@deloitte.pt

Tel: 210 423 064

Filipa Matos

mamatos@deloitte.pt

Tel: 210 423 038

Informação adicional

O European CFO Survey é o terceiro estudo semestral da Deloitte, que reúne os resultados dos inquéritos realizados pelas firmas-membro da Deloitte na Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Rússia, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Reino Unido. Portugal integrou o estudo no 3º trimestre de 2015. A Suécia e a Turquia integraram agora o estudo realizado no primeiro 1º trimestre de 2016.

No total, participaram neste estudo 1.490 CFOs. Os inquéritos foram realizados entre janeiro e março de 2016. As percentagens referidas no relatório foram ponderadas de acordo com o PIB, para garantir comparações precisas. Foi considerado o PIB de cada país em relação ao PIB total dos 17 países participantes. Os resultados completos do estudo, incluindo as análises por país e os estudos anteriores, estão disponíveis no website www.deloitteresearchemea.com

 

Sobre a Deloitte

“Deloitte” refere-se a Deloitte Touche Tohmatsu Limited, uma sociedade privada de responsabilidade limitada do Reino Unido (DTTL), ou a uma ou mais entidades da sua rede de firmas membro e respetivas entidades relacionadas. A DTTL e cada uma das firmas membro da sua rede são entidades legais separadas e independentes. A DTTL (também referida como "Deloitte Global") não presta serviços a clientes. Para aceder à descrição detalhada da estrutura legal da DTTL e suas firmas membro consulte www.deloitte.com/pt/about

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