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2021 Global Human Capital Trends

A importância do capital humano num mundo em disrupção: da sobrevivência à prosperidade das empresas

Num mundo em constante disrupção, exponenciada ao longo dos últimos meses pela pandemia de Covid-19, chegou a altura das empresas mudarem o seu foco: de um caminho de sobrevivência para uma ótica de prosperidade. Uma mudança que deverá passar por uma alteração estratégica da parte dos seus líderes que, em vez de se prepararem para o que já conhecem, devem planear a partir do desconhecido. Mas como poderão as organizações transformar a sua forma de pensar e posicionar-se numa lógica de prosperidade quando ainda estão focadas em concretizar as mudanças necessárias para sobreviver no mercado? A resposta é simples: depende da capacidade que cada empresa terá para tornar-se- (e manter-se) cada vez mais humana.

O estudo “Global Human Capital Trends 2021” da Deloitte, mais do que analisar as principais tendências da área no próximo ano, procura ajudar as empresas a inverter o rumo do seu negócio e a transformar uma estratégia de sobrevivência num caminho de prosperidade, revisitando um conjunto de tendências-chave do estudo realizado em 2020 e adaptando-as ao atual momento, sugerindo estratégias para auxiliar os líderes a preparar-se e antever futuros momentos disruptivos. Com a participação de mais de 3.600 executivos de 96 países, o survey realizado para a edição de 2021 conta ainda com as respostas de mais de 1.200 C levels e administradores.

O estudo “Global Human Capital Trends 2020”, lançado no primeiro semestre deste ano, apelava às organizações para que olhassem para as suas estratégias de trabalho através de três lentes: propósito, potencial e perspetiva, de forma a ultrapassar um possível conflito entre o ser humano e a tecnologia. Este ano veio confirmar que, ao colocar as pessoas no centro das decisões no que diz respeito às estratégias de trabalho, as empresas estão melhor preparadas para momentos de disrupção. Agora, mais do que nunca, o propósito, o potencial e a perspetiva são essenciais para construir uma organização que, num ambiente imprevisível e perante um futuro desconhecido, está preparada para prosperar. 


5 Estratégias a ter em conta em 2021

O caminho da sobrevivência à prosperidade das empresas passa, em 2021, por cinco tendências que a Deloitte readaptou, à luz da pandemia de Covid-19 e das alterações estruturais por ela provocadas, a partir do estudo “Global Human Capital Trends 2020”:

  • O bem-estar como parte integrante das estratégias de trabalho

À medida que a linha entre trabalho e vida pessoal se tem vindo a tornar cada vez mais ténue com a pandemia de Covid-19, os gestores começam a dar menos relevância ao work-life balance e a apostar numa redefinição dos próprios modelos de trabalho, em que o bem-estar assume um papel central. As empresas que integrem, estruturalmente, o bem-estar no desenho das suas estratégias de trabalho, seja a nível individual, de equipa ou organizacional, conseguem construir um futuro mais sustentável onde os seus colaboradores se sentem melhor, com níveis de produtividade mais elevados.

No inquérito realizado no âmbito do “Global Human Capital Trends 2021”, 69% dos executivos revelaram ter implementado, durante a pandemia, políticas de trabalho tendo em vista uma maior integração entre vida pessoal e profissional. Além disso, 7 em cada 10 disseram que a mudança para o trabalho remoto teve um impacto positivo no bem-estar da sua equipa.  Há a destacar, no entanto, uma discrepância entre a visão dos executivos e dos colaboradores: olhando para o período dos próximos 1 a 3 anos, os executivos olham para a melhoria do bem-estar como a sua penúltima prioridade num contexto de transformação da sua forma de trabalhar, enquanto os colaboradores colocam esse fator no top-3 de prioridades.

  • A aposta no potencial dos colaboradores

Durante a pandemia, os líderes desafiaram os seus colaboradores a adquirir novas competências e expandir os seus limites para ultrapassar os obstáculos que surgiram no negócio e a resposta foi, na maioria dos casos, extremamente positiva, com os trabalhadores a atingirem o seu potencial de uma forma surpreendente, criando uma base importante para que as empresas possam iniciar um caminho de prosperidade, que se prolongue a longo-prazo.

De facto, quase 3/4 dos executivos identificaram “a capacidade das suas pessoas se adaptarem e assumirem novos papéis” como a prioridade para enfrentar futuros momentos de disrupção. No entanto, segundo estes executivos, apenas 17% das empresas estão “bem preparadas” para iniciar processos de recapacitação e adaptação dos seus trabalhadores a novos cargos.

  • A criação das “Super-equipas”

As empresas apostaram na criação de equipas multidisciplinares para garantir uma maior capacidade de adaptação aos diferentes desafios que foram surgindo ao longo de um ano altamente imprevisível. Esta nova tendência vem potenciar a construção de “super-equipas”, que juntam colaboradores e tecnologia numa ótica de redefinição dos processos de trabalho. Ao amplificar os resultados e o potencial do trabalho humano, as “super-equipas” poderão ser parte integrante de uma estratégia de prosperidade das organizações. 

O estudo mostra-nos, inclusivamente, que os executivos estão a afastar-se dos tradicionais planos de otimização da automação e a redefinir a melhor forma de integrar o potencial humano e a tecnologia, como dois eixos de trabalho complementares. 61% dos executivos pretendem focar-se na redefinição do trabalho nos próximos 1 a 3 anos, um valor bastante superior ao registado nos resultados recolhidos antes da pandemia (29%).

  • Utilização de dados em tempo-real nas estratégias de gestão da força de trabalho

A pandemia de Covid-19 veio demonstrar que a utilização de métricas estáticas na análise e gestão da força de trabalho limita a capacidade de resposta da empresa em momentos disruptivos. O recurso a dados em tempo-real é, por isso, uma importante tendência, numa altura em que a redefinição dos métodos e estratégias de trabalho é necessária. É essencial que as empresas possam aproveitar os dados a que têm acesso para criar novos caminhos de futuro e, simultaneamente, definir novos tipos de liderança, adaptados aos novos tempos.

  • A redefinição do papel dos RH

O ano de 2020 catapultou os departamentos de Recursos Humanos (RH) para o centro da estratégia de resposta das empresas à Covid-19. Os RH têm, por isso, neste momento, a oportunidade de, a partir da sua nova posição de destaque, passar de um papel de gestão dos colaboradores para um papel de redefinição dos métodos de trabalho, de forma a garantir os melhores resultados e, simultaneamente, ajudar a preparar as empresas para uma fase de prosperidade.

Em resposta ao inquérito feito para o estudo “Global Human Capital Trends 2021”, os executivos identificaram alguns obstáculos neste processo de reestruturação do trabalho: excesso de prioridades (57%), falta de preparação (43%) e falta de uma visão de futuro (27%). 

Aceda aqui ao comunicado de imprensa.

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