IFRS 17

Análise

IFRS 17: impactos para seguradoras e resseguradoras

Os aspectos da norma que melhoram a performance dos relatórios financeiros

Por Alexandre Paraskevopoulos, líder da frente de Seguros de Auditoria & Assurance da Deloitte; Felipe Amado, sócio de Auditoria & Assurance da Deloitte; e Joás Coelho, gerente de Auditoria & Assurance da Deloitte

As companhias seguradoras passam por diversos desafios após um longo período de implementação da norma IFRS 17 (International Financial Reporting Standards 17) – que é considerada como uma das normas de contabilidade internacional mais complexas já emitidas para o segmento. Esses desafios permeiam por aspectos operacionais, tecnológicos, de capacitação, técnicos, dentre outros.

Nesse cenário, essas organizações buscam compreender e interpretar seus resultados e sua posição financeira de acordo com os novos modelos contábeis, que são substancialmente diferentes daqueles aplicados anteriormente. Investidores e canais de comunicação com o mercado precisam se preparar para entender e explicar tais resultados e indicadores, além de comparar a performance das companhias brasileiras com os players globais do mercado segurador e ressegurador – os quais já divulgaram seus resultados baseados nas novas diretrizes contábeis apresentadas pela nova normativa, IFRS 17.

A quem se aplica a norma IFRS 17?

  • Companhias seguradoras e resseguradoras;
  • Companhias que não se encaixam na definição de seguradoras e resseguradoras, mas que emitem contratos de serviço com características que os enquadram como um “serviço de seguros”. Por esse motivo, ao lançar um novo serviço no mercado, a companhia deverá realizar uma análise dos componentes ofertados e, ao emitir um contrato, deverão separar os componentes de serviços e de serviços de seguros, contabilizando os componentes de serviços de seguros conforme instrução da nova norma.
  • Aquisições e atividades de M&A (fusões & aquisições) no segmento segurador também serão analisadas de acordo com as novas métricas.

Desafios da norma IFRS 17

  • Capacitação de profissionais e propagação de conhecimento aos tomadores de decisão. Pensando nisso, Deloitte se posiciona como uma disseminadora de informação ao mercado global, oferecendo conteúdos gratuitos em suas plataformas virtuais e treinamentos contratados e customizados para companhias do mundo inteiro, considerando suas particularidades e o cenário em que operam.
  • Subjetividade da norma, possibilitando a interpretação individual de cada usuário.
  • Elaboração das demonstrações financeiras em alinhamento com a norma IFRS 17, permitindo comparabilidade e considerando o mercado em que a companhia opera. No Brasil, por exemplo, as companhias não podem apresentar as demonstrações financeiras apenas por ordem de liquidez. Até o momento, as companhias brasileiras de seguros e resseguros precisam segregar os saldos de direitos e obrigações entre circulantes e não circulantes, enquanto na Europa pode ser utilizada a exceção que consta na normativa IAS 1.

Oportunidades da norma IFRS 17

Apesar da implementação da IFRS 17 ter trazido grandes desafios, diversas companhias aproveitaram essas mudanças para conduzir projetos relevantes referentes a transformação financeira e de riscos, além de aprimorar seus sistemas e métricas de gestão para melhor interpretação dos resultados das operações.

As divulgações e notas explicativas passam a trazer, ainda, mais informações relevantes sobre as movimentações das reservas, a gestão de risco de mercado e a liquidez das companhias – o que facilita para que investidores e analistas tenham clareza em relação a real posição financeira das companhias seguradoras e resseguradoras.

Algumas das inovações surpreendentes trazidas pela norma foram:

  • A posição patrimonial das companhias apresentada de forma ajustada ao valor presente;
  • A margem contratual de serviços segregada em uma conta específica;
  • Os grupos de contratos onerosos reconhecidos de forma segregada desde o início da vigência.

Tudo isso permite maior assertividade para as tomadas de decisões relacionadas à estratégia de negócios, maior controle do resultado operacional e financeiro, e maior facilidade na análise das demonstrações financeiras por parte dos investidores e analistas de mercado.

Apesar de desafiadora, a norma IFRS 17 trouxe a oportunidade de “recalcular a rota”, realizando ajustes estratégicos que garantem a longevidade e a saúde financeira das companhias seguradoras e resseguradoras.

Porém, para que esse movimento aconteça da melhor forma, as organizações precisam de um planejamento de mitigação de riscos econômico-financeiros; além de profissionais capacitados para identificarem oportunidades de melhoria de processos, inovação nos serviços ofertados atualmente e desafios do futuro em curto, médio e longo prazo.

A Deloitte, enquanto organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, conta com times multidisciplinares especializados em normas internacionais de relatórios financeiros (IFRS), inovação e mercado segurador global – e estão disponíveis para auxiliar as companhias a navegarem pelos desafios e chegarem ao seu destino com mais força competitiva, visualizando todo o “oceano de oportunidades”.

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