Pesquisa

Tax Transformation Trends

Compliance orientado por insights

O relatório Tax Transformation Trends 2023 mostra que mudanças fiscais e regulamentares, como o Pillar 2 da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e as medidas ESG, têm levado as empresas a enfrentar desafios de dados a longo prazo. Nesse contexto, muitas estão aproveitando relações de terceirização para aderir à tecnologia necessária e avançar para uma abordagem de compliance fiscal com base em insights.

A Deloitte entrevistou 300 líderes fiscais e financeiros seniores em empresas de vários setores, tamanhos e regiões para compreender a sua visão futura para a área de tributação fiscal – e como planejam alcançar essa visão. Também foi conduzida uma série de entrevistas individuais qualitativas com executivos seniores do setor fiscal de grandes empresas multinacionais para desenvolver conhecimentos mais profundos sobre os seus esforços em transformação fiscal.

Os resultados revelaram uma necessidade elevada de gerir um cenário regulamentar em mudança e de parcerias mais ágeis com outras partes do negócio. Para conseguir isto, os líderes fiscais e financeiros terão de administrar equipes cada vez mais diversificadas, integrar ainda mais a tecnologia para acesso direto aos dados e reavaliar continuamente os seus modelos operacionais para manter uma combinação ideal de capacidade interna, conhecimentos e tecnologia terceirizados.

À medida que as alterações regulamentares – especialmente as relacionadas com os impostos mínimos globais e ESG – continuam, podemos esperar que a tendência para o compliance orientado por insights se acelere.

Tax Transformation Trends 2023

Principais tendências

Gerenciamento holístico de dados e sistemas integrados são
necessários para um compliance global eficaz

O cumprimento das alterações novas e em evolução da
legislação fiscal foi citado pelos entrevistados como a principal prioridade e
o principal desafio. O segundo desafio mais comum foi a integração de dados
fiscais em toda a empresa, o que indica que as empresas veem os dados e a
tecnologia como fundamentais para responder às novas exigências de compliance.

Os custos e a eficiência ainda são importantes, mas não é a principal prioridade dos esforços de transformação fiscal

Embora a resposta às mudanças nas leis e regulamentos fiscais tenha passado para o topo da agenda de muitos departamentos fiscais, alcançar uma maior eficiência continua a ser um objetivo importante. Quando questionados sobre suas prioridades específicas na transição para um modelo operacional de custos mais baixos, a resposta mais citada pelos participantes da pesquisa foi as áreas da provisão fiscal global e da gestão de dados fiscais (38%).  

 

A terceirização é uma estratégia primordial para acessar recursos tecnológicos

A terceirização é uma estratégia primária para uma ou mais atividades fiscais para quase três quartos dos entrevistados. Embora seja reconhecida há muito tempo como uma forma de aumentar a eficiência, o relatório de 2023 apontou que o acesso às capacidades tecnológicas mais recentes (54%) aparece como o benefício mais importante ou significativo da terceirização de uma atividade ou função completa no departamento fiscal – superando a redução dos custos operacionais (51%).
 

Os impostos não são mais feitos apenas no departamento tributário

Para cada uma de cinco atividades fiscais, a porcentagem de empresas que relataram que foram realizadas fora da equipe fiscal permaneceu mais elevada na pesquisa atual do que era em 2019, antes da pandemia, e houve um aumento contínuo na migração de contas legais e documentação de preços de transferência fora do departamento fiscal desde 2021.
 

Competências futuras necessárias para criar o “profissional tributário híbrido”

Quando questionados sobre a área em que seu departamento fiscal terá maior necessidade de competências nos próximos três a cinco anos, os respondentes disseram mais frequentemente análise de dados, insights estratégicos baseados em dados e gestão de dados (44%) – um reflexo da crescente importância da tomada de decisões baseada em dados e do aumento dos requisitos governamentais para acesso direto aos dados fiscais das empresas. 
 

Conheça a pesquisa "Tax Transformation Trends" com foco em tecnologia

Tributos em um mundo mais transparente

A tecnologia e a capacidade de analisar grandes bases de dados em pouco tempo possibilitaram o início de uma nova era, com maior potencial de transparência – e impactos diretos à gestão de reputação das organizações.

Na função tributária não foi diferente. À medida que a tecnologia melhorou a acessibilidade a informações, as exigências de autoridades tributárias e fiscais por transparência também cresceram. Nesse contexto, 70% dos líderes preveem que, dentro dos próximos três anos, as autoridades fiscais terão acesso direto aos seus sistemas.

Cabe aos líderes tributários buscar formas de responder a essas demandas, garantindo a governança e dando atenção à qualidade dos dados, aos investimentos previstos e aos modelos operacionais que podem ser mais eficientes em seu contexto.

Principais insights

Nova geração de ERP – Acesso a dados para a transparência fiscal

As organizações que já implementaram o ERP NextGen enxergam vantagens para questões além do compliance e dos reportes. Os respondentes desse grupo acreditam que, por meio dessa tecnologia, será possível aprimorar o processamento direto de dados para os processos fiscais e incorporar controles capazes de resolver problemas relacionados à qualidade dos dados.

Segundo o estudo, líderes tributários já estão utilizando os sistemas de ERP NextGen para obter acesso a dados sensíveis relacionados aos impostos. Com isso, é importante que essas lideranças entendam os requisitos referentes aos dados e os desafios relacionados à qualidade das bases para que possam colaborar com as decisões sobre o design de novos sistemas ERP.

25% dos entrevistados já utilizam o sistema atualizado de planejamento de recursos empresariais (ERP NextGen). Este grupo acredita que esses sistemas ajudarão as equipes fiscais a lidarem com os requisitos em evolução da administração tributária digital.

Tecnologia impulsionando a transformação tributária

O estudo mostra que, à medida que a função tributária passa por transformações, seus líderes se envolvem cada vez mais em discussões sobre tecnologia em conjunto com as áreas de finanças, TI e até mesmo com a alta administração – e é importante que os líderes tributários estejam envolvidos em grandes decisões tecnológicas da organização, principalmente em assuntos como a modernização de ERP e a estratégia de dados corporativos.

Os esforços para exercer influência parecem produzir resultados – quase dois terços (63%) dos entrevistados indicaram ter autonomia significativa sobre a estratégia de tecnologia tributária, embora as condições para exercer a influência sejam diferentes em cada organização. Entretanto, 37% dos executivos que possuem autonomia sobre a estratégia têm apenas um controle limitado de seu orçamento de CapEx (despesas de capitais ou investimentos em bens de capitais).

48% dos entrevistados afirmaram que adotam uma abordagem proativa e expansiva para a estratégia em tecnologia, incluindo o redesenho de toda a arquitetura digital – representando uma mudança de atitude em relação à transformação tecnológica.

Transformando as informações para um mundo mais transparente

Diferentes modelos de negócios, níveis de maturidade tecnológica e capacidades de talentos internos levam a diferentes considerações sobre quais processos terceirizar, por quanto tempo e quais condições exigiriam a volta das operações para dentro da empresa.

Os líderes tributários também devem considerar como gerenciar a administração tributária digital em seu modelo operacional. Mais da metade dos participantes da pesquisa planeja terceirizar atividades até certo ponto – isso pode envolver a adoção de uma solução global ou de país por país. Vale a pena notar que este é o único aspecto dos resultados em que existem diferenças regionais significativas dentro do grupo de pesquisa. Enquanto a maioria na Europa e na América do Norte terceirizará a administração tributária digital em um grau ou outro, a maioria na Ásia-Pacífico planeja gerenciá-la principalmente internamente.

80% dos líderes tributários concordam que sua função está evoluindo para um modelo que combina terceirização, in-sourcing e co-sourcing de operações tributárias, com os contornos determinados pelo processo específico e pela localização geográfica.

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