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As oportunidades no slicing de redes 5G

O que significa este conceito e de que forma pode ser aproveitado pelo mercado

A gestão das slices de rede pública 5G pode representar uma oportunidade de crescimento e revelar-se uma importante fonte de receitas para os fornecedores de serviços de comunicação no futuro. No entanto o sucesso deste modelo pode estar condenado se não forem ultrapassadas algumas preocupações de segurança.

A exploração comercial das redes 5G vai muito além da simples oferta de conectividade. As grandes oportunidades de negócio e de crescimento para os fornecedores de serviços de comunicação podem estar na correta gestão e exploração do slicing (fatiamento) de rede para a venda de serviços digitais de valor acrescentado.

Como? As novas funcionalidades de rede permitem a criação de múltiplas sub-redes end-to-end (ou slices/fatias), numa plataforma de infraestrutura comum, que podem ser individualmente configuradas e otimizadas para suportar requisitos de desempenho distintos.

Ou seja, em termos estratégicos isto significa que os fornecedores de serviços de comunicação podem ajustar cada slice de rede a vários cenários de utilização, e oferecer aos clientes empresariais opções de conectividade mais avançadas, como a garantia de níveis de desempenho de rede numa determinada slice.

Os fornecedores de serviços de comunicação olham para estes serviços acrescentados como um importante catalisador do ROI associado à construção da infraestrutura 5G. No entanto, à margem de certos obstáculos tecnológicos e problemas de standards que ainda existem, permanecem algumas questões:

  • Até que ponto (e quanto) as empresas estão dispostas a pagar por uma rede feita “à medida”?
  • As organizações vão preferir slices de rede públicas ou privadas?
    De acordo com um estudo recente da Deloitte, 24% das empresas admitem querer deter e controlar diretamente a sua rede 5G. A justificação para a escolha de redes privadas em detrimento das públicas é idêntica - maior controlo sobre a configuração, desempenho e segurança das redes.

A segurança de rede e dos dados é apontada como o fator com mais peso na decisão de adoção de uma slice de rede pública, seguido pela qualidade e fiabilidade de serviço. Neste contexto, pode rapidamente transformar-se no maior obstáculo ao sucesso deste modelo, tanto num ambiente isolado como misto.

O inquérito da Deloitte mostra que 43% das empresas pretendem adotar um modelo híbrido que combina slices de redes privadas e públicas – as primeiras para uso interno, as outras para assegurarem uma conectividade WAN mais ampla. Atualmente, cada dispositivo é um ponto de acesso de risco para a rede, razão pela qual o controlo de autenticação rigoroso é um requisito obrigatório.

Num cenário híbrido de livre circulação entre redes privadas (5G e wifi) e públicas quem controla os equipamentos e os acessos? Estes devem estar alocados às empresas ou às redes dos fornecedores de serviços de comunicação?

A correta resposta a estas questões pode condicionar ou mesmo determinar o sucesso do slicing de redes. Como tal, e para não perderem oportunidade de mercado, os fornecedores de serviços de comunicação têm de assumir as rédeas deste novo mercado e colocar as slices de rede pública ao nível das privadas numa oferta de valor acrescentado - os mesmos benefícios, sem os custos e a complexidade de gestão associadas.

As slices públicas podem eventualmente ser solução mais rentável, mas se o argumento da insegurança não for desmistificado e contrariado, o tão almejado modelo de negócio dos fornecedores de serviços de comunicação pode estar em risco.

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