Covid 19 vs Future of Work Foi salvo
Artigo
Covid 19 vs Future of Work
O impacto da crise pandémica nos modelos de trabalho das organizações
O mundo laboral já estava em mudança muito antes da pandemia da Covid-19. Já se tinha iniciado um caminho de transição no que diz respeito às novas tecnologias digitais e às preocupações em torno das questões sociais e ambientais, muitas vezes acompanhadas por leis.
O ano de 2020 veio, no entanto, acelerar e amplificar estas mudanças estruturais. 9 meses ultrapassados desde o início da pandemia, importa olhar para os avanços conquistados e definir novas estratégias no mundo de trabalho.
Das tendências identificadas nos últimos 9 meses, há a destacar as seguintes:
- Maior independência na forma de trabalhar, que deve ser potenciada por parte das empresas;
- Complementaridade entre o trabalho humano e tecnológico;
- Manutenção do trabalho remoto, com 2 em cada 3 colaboradores com expetativas de continuar em teletrabalho e a consequente necessidade dos líderes de equacionarem essa possibilidade no seu modelo de negócio;
- Maior dinâmica no trabalho. As empresas devem capitalizar a capacidade de adaptação do mercado de trabalho;
- Diferenciação na experiência dos efeitos da pandemia por parte de cada colaborador, que obriga as empresas a reconhecer essas especificidades.
Num inquérito realizado pela Deloitte a mais de 10 mil trabalhadores de vários países europeus, cerca de 80% dos inquiridos experienciaram pelo menos uma mudança na sua vida laboral durante a pandemia e cerca de 40% nunca tinha trabalhado remotamente antes do período pandémico. Aplicando estas percentagens à Europa, mais de 100 milhões de trabalhadores mudaram para trabalho remoto, sendo que 45 milhões o fizeram pela primeira vez.
Confiança - a base para uma efetiva adaptação
Um fator-chave para a facilidade de adaptação dos colaboradores às mudanças no modo de trabalhar provocadas pela pandemia é a confiança das respetivas chefias e colegas. A capacidade para delegar e capacitar os colaboradores é essencial para uma liderança mais eficaz. Tal vem reforçar a importância do fator humano como vetor de valor.
À medida que as restrições forem levantadas, através de uma vacina ou de medicamentos que controlem a pandemia, os colaboradores têm expetativa que aspetos nas suas vidas permaneçam diferentes dos anteriores à pandemia.
Os grandes desafios passam por aprender a gerir uma força de trabalho mais autónoma e menos centrada no local de trabalho. Falhar essa adaptação pode anular o impacto positivo que a nova forma de trabalho mais flexível possa ter tido.
Perante as especificidades de cada pessoa, os líderes devem definir as suas políticas e intervenções de forma direcionada, baseadas na diversidade de características e necessidades.
Apesar disso, é possível identificar três padrões de perspetivas entre colaboradores:
- O surfista – está convencido que a pandemia mudou permanentemente o seu trabalho e espera mudanças nas competências e recursos necessários para progredir no mercado de trabalho;
- O terra à terra – não está convencido que o seu trabalho sofra grandes mudanças. A sua experiência durante a pandemia foi tranquila;
- O malabarista – sofreu uma quebra substancial no acesso ao trabalho. Espera que após a pandemia o seu trabalho mude, apesar de ter uma visão negativa relativamente ao seu futuro laboral.
Recomendações
Liderança, resiliência e stress
Qual a relação entre eles e de que forma afetam a produtividade das empresas?
O futuro do trabalho na área da saúde
Desafios e vantagens do novo paradigma de trabalho no setor da saúde