Pesquisa

Os tratamentos certos, da maneira correta

Como reduzir o uso de procedimentos médicos ineficientes

Pesquisa global da Deloitte analisa tratamentos médicos que têm sido utilizados incorretamente e mostra projetos implantados ao redor do mundo para reverter essa situação

O estudo da Deloitte “The Right Health Care the Right Way” expõe um cenário de procedimentos hospitalares que são utilizados indevidamente em grande parte dos casos de emergência. Além dos possíveis erros médicos e da ineficiência operacional gerarem dispêndio de recursos financeiros, esses tratamentos de baixo valor agregado também têm um impacto negativo direto na experiência do paciente.

O relatório apresenta dez iniciativas de países como Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Singapura, que foram bem-sucedidas em conter a utilização de tratamentos ineficazes e desnecessários.

Um dos destaques é o projeto brasileiro Parto Adequado, que conseguiu reduzir a taxa de cesarianas em 12% em 18 meses, usando a tecnologia para treinar equipes médicas.

Em 2015, houve uma união entre 26 hospitais públicos e privados de todo o Brasil para iniciar o projeto-piloto para diminuir a taxa de nascimentos por cesarianas feitas desnecessariamente. Em 2017, mais da metade dos nascimentos foram por cesariana, procedimento que é associado a riscos de complicações pós-parto.

Entre as principais mudanças conduzidas pelo Projeto Parto Adequado estão a composição de equipes multidisciplinares para os partos, o uso de métodos não fármacos para aliviar a dor das parturientes e o fornecimento de explicações adequadas às gestantes, com base em evidências médicas, sobre suas opções para a hora do nascimento.

As equipes médicas foram treinadas a fazerem partos normais com robôs-pacientes interativos, via wi-fi. Os organizadores do projeto também trabalharam com as empresas de seguro de saúde para incentivar os médicos a evitarem cesarianas desnecessárias.

A pesquisa examina ainda casos indevidos que chegam às alas de emergência sem envolverem necessariamente uma urgência. A falta de acesso a cuidados primários, a privação socioeconômica e a ausência de apoio social ou informações exatas sobre postos de atendimento são alguns dos fatores que causam estas ocorrências.

Com expectativas positivas, as apostas em melhorias na tecnologia hospitalar são certeiras, incluindo fotografias de pacientes em registros eletrônicos e investimentos em capacitação clínica por robótica – para alcançar resultados mais precisos com custos reduzidos.

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