Análise

CIO: De líder técnico a líder de negócios

Entenda quais são as habilidades mais esperadas dos atuais e dos futuros líderes de tecnologia

Por Fábio Pereira, líder do CIO Program e sócio de Consultoria da Deloitte

O papel do líder de tecnologia dentro das organizações – de maneira geral como Chief Information Officer (CIO) – sofre uma transformação significativa, pela evolução no entendimento das tendências tecnológicas atuais e das novas estruturas corporativas, para as quais a tecnologia tornou-se um pilar importante de geração de valor. Diante desse cenário, as capacidades esperadas daquele que almeja a liderança da área vão no sentido de acompanhar e fomentar essas mudanças de maneira ativa e dominante.

Alguns movimentos de mercado contribuem para acelerar esse processo de transformação. Com uma geração de profissionais acostumados à comunicação, às redes sociais e ao acesso rápido à informação, a posição do CIO como parceiro de negócios, que desenvolve estratégias eficazes para a organização, está cada vez mais em destaque. Se antes ele era o gestor da TI, agora ele é estrategista e o líder operacional mais importante, logo abaixo do CEO.

A capacidade de se antecipar às tendências e de ser protagonista dessas mudanças é uma das principais habilidades esperadas do “CIO do futuro”, que deve protagonizar a simbiose entre as inúmeras frentes de inovação e disruptura, equilibrando a aplicação de novas ferramentas com as reais necessidades do negócio, de maneira a fortalecê-lo. Esse novo contexto requer que o CIO acompanhe de perto o direcionamento e a estratégia da empresa, não apenas para suprir as demandas operacionais, mas para guiar a transformação rumo ao futuro da TI e à excelência.

Como atingir e desenvolver as habilidades necessárias em um futuro que atravessa mudanças diárias, com incertezas constantes? A pesquisa global da Deloitte “CIO Survey 2018/19” indica que o CIO deve se desenvolver como instigador de mudanças e cocriador de negócios, de maneira a alinhar os objetivos da organização com a excelência operacional em TI.

Aptidão comportamental e de relacionamento são duas características importantes e esperadas do líder de tecnologia, para que ele possa se posicionar como um elo entre o núcleo da operação e a geração de valor, com o domínio do uso da tecnologia em prol da manutenção e da ampliação do desenvolvimento da empresa. No futuro próximo, o CIO tenderá a investir seu tempo em interações e relacionamentos, mais do que em atividades operacionais, de maneira a aproximá-lo dos executivos, ganhando eminência e propriedade para guiar a estratégia e a transformação digital.

Com o avanço rápido da digitalização dos negócios, o CIO tem também a necessidade de se reinventar no que diz respeito a como alocar investimentos e ao desenvolvimento do seu próprio time, fomentando a inclusão, aplicação e expansão da tecnologia por toda a empresa. Ainda segundo a “CIO Survey 2018/19”, metodologias como agile e DevOps não são mais opcionais, mas verdadeiras necessidades para modernizar os negócios. Esses aspectos demandam uma revisão do modelo de atuação da TI, agora focada nas melhorias operacionais do negócio, nas mudanças incrementais dos procedimentos estratégicos e, principalmente, na inovação.

Outro ponto relevante é a priorização das iniciativas de transformação digital em toda a organização. Em um primeiro momento, é preciso elevar a maturidade e a recepção das novas estruturas operacionais, otimizando processos atuais. Quando as tendências tecnológicas estiverem intrinsicamente posicionadas na cultura organizacional, será hora de investir em ações de desenvolvimento de produtos completamente novos (ricos em tecnologia) ou até mesmo na criação de modelos de negócios e serviços para geração de receita que extrapolem o core business da empresa. Os avanços na tecnologia da informação e suas ferramentas permitiram às empresas viabilizar ideias inovadoras, capazes de modificar por completo seus mercados.

Entretanto, da mesma maneira com que a tecnologia entrega valor, ela pode gerar vulnerabilidades, principalmente relacionadas a adoções desestruturadas e sem um planejamento estratégico adequado.

Navegar nesse mar tortuoso e imprevisível é o papel do CIO, que deve concentrar esforços no desenvolvimento de uma cultura organizacional com resiliência, um time com alta capacidade e performance e uma gerência alinhada às necessidades do negócio e às tendências de mercado.

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